segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

vagabundamente

                                     para ju rodrigues


sem muita pressa
nessa avenida de descompassos
zig-zag em calçadas tão largas
tantas cores e todos fuscos
há um velório em cada rosto.
adereços e adornos
vitrine na pele
e
discursos vazios
de gente bamba
por isso sou gauche.
vagabundamente imortal.
distante dos alvos. e das culpas.
o que me prende
são apenas as moças de vestidos floridos
estampados como diz dona tereza.
não há números não há cifras
o que me apetece
são os sorrisos
e vagabundamente os gozos.
sou torto
sem chances
assim como desentortar o meu pau
não há chances.
caminhando pela avenida paulista
lá vai o vagabundo.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

remendos

essa linha invisível
costurando o meu corpo
tentativa vã
de fazer cicatrizar
as feridas do coração.
invisível na carne
latente na alma.

gemidos contidos no silêncio
soluços parceiros da poesia.
overdose de caos
a lâmina me chama.

sábado, 15 de janeiro de 2011

espera

a insônia é o grito da alma
quando há solidão.

travesseiro

                               [para lobão]

há 01 poeta
construindo versos
buscando o seu amor.
há 01 poeta
jogando pedras
quebrando vidraças.
há 01 poeta
desatando nós
construindo pontes.
há 01 poeta
errante
em direção ao sol.
há 01 poeta
em algum canto
procurando o seu canto.
há 01 poeta
entre a ira e o pranto
buscando o encontro.
há 01 poeta
puto
triste
que não se encontra.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

por ora, solteiro. oras. bolas

sem susto
e nenhum medo punk
balanço a mão
num desses cruzamentos de são paulo
chamando sua atenção.
ora meu amor
como te encontar se você nem está aqui?
volto para minas.
minas está mais perto de mim.