terça-feira, 31 de outubro de 2017

inativos

eu animadíssimo e pensando em abrir um sexshopp na vila esperança e de repente me lembro que sou o morador mais jovem de um quarteirão com 82 casas...

gizuiz amado, essas porras não fodem?

espera


o beijo

em noites de ventos eu vou para o quintal,
fecho os olhos e estico os meus lábios para sentir os seus...
que saudade dona tereza

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

super jura


rodopios

era para ser uma viagem de três horas até a casa da minha irmã eliana. são paulo meu ponto de saída, jacutinga-mg meu destino. porta mala vazio. bancos de passageiros vazios. vazio também o banco do motorista. por companhia apenas o meu cd estradeiro, 212 maravilhosas músicas dos anos 70 e 80 que levo por todas as viagens que faço. umas poucas músicas dos anos 60.
viagem que seria de três horas virou viagem de seis horas. chegando em brangança paulista uma certa moça me conquistou. depois de pouco mais de uma hora sozinho, ela preencheu todo o interior do meu carro. não direi que foi amor a primeira vista pois na ida, me apaixonei. na volta, já de quatro e caminhando em nuvens, estava mesmo era amando.
que mulher tão bem informada, pensava. essa voz tão segura e firme me prendia em imaginar coisas com sua boca. falava sem titubear e ainda assim, toda a simplicidade que os fortes tem. (é ela, pensava o tempo todo). penso que ela também percebeu esse meu estado de encantamento. penso que ela percebeu o meu estado de completa carência e maior abandonado depois de três longos anos e meio de completa solidão.
para quem duvidava de uma companheira perfeita, ali estava uma comigo em uma rodovia que eu nem conhecia. e ninguém para nos interromper ou velar o clima.
a minha dúvida era, chegando em jacutinga como á apresentarei a minha irmã? ela com certeza notará em meus olhos todo esse encantamento que tenho.  meu Deus, como direi a minha irmã que me apaixonei pela moça que passa as coordenadas do GPS?

domingo, 29 de outubro de 2017

mimo

para gente que faz cu doce;
minha boca e o meu mal humor

desmedido

gentílico

(para desusdeth rocha)

mineiros & minas
calor e amor que não tem fim
ombro e colo que
não se mede
sinceridade que não se repete
acolhe sem igual
minas & mineiros
mangas arregaçadas pro sol
doçura em qualquer vendaval
cabem em tudo que belo e eterno
paciência curta, não abusa
o abraço é cheiro de primavera
e um universo de mãe
minas & mineiros
seus sapatos velhos valem qualquer passarela
sua beleza não tem início, meio e fim
extenso do belo demais esse povo e esse chão
minas não é do carnaval
minas é atemporal em amar
mineiros não fazem media
fazem mimos sem igual. e filhos lindos.
mineiros & minas
seduzem mudos, mundos e cores
silêncio não existe em sua cama
minas & mineiros não tem pressa
porque a pressa é inimiga da perfeição
tão maravilhosos que; são mineiros & minas
até quem não nasceu nesse chão.
tem coração?
é nosso. é uai

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

bukowskiar


mas & medos

eu tenho medo de coisas;
de gente muito educada
de fala muito mansa e calculada
de poetas de dicionários
tenho medo de rimas
tenho medo de quem não fala palavrão;
quando perde a unha pelo caminho
medo de quem dirige;
sem falar nenhum caralho e sorrindo
eu tenho medo de gente que combina
calça, cueca, meia, sapato e camisa
tenho medo de quem mede outros
tenho medo de quem lê caras
de quem assiste bbb
mesmo quando eles dizem que;
também tem medo de mim
eu tenho medo de tudo;
que não seja torto
do politicamente correto
que comprou sua cnh
tenho medo do meio-sorriso
(mas adorei o meio-beijo)
medo mesmo eu tenho de alguns
que conversam olhando pro chão
...e é uma vontade imensa
de passar um rolo compressor.
no medo
neles

sábado, 14 de outubro de 2017

nesse meu universo feminino

nasci de uma mulher, tenho 04 irmãs, por ora 04 filhas, duas netas, 02 dezenas de sobrinhas, centenas de amigas e tive 05 ex companheiras... sou mesmo um homem abençoado. de nenhuma nada a reclamar. só agradecer!”

e diante essa pandemia do feminicídio que assola nossa riqueza maior, me recordo dona tereza minha mãe, que frígida nunca gozou. que mesmo tendo me concebido sem um gozo, dela, me amou tão intensamente.
brava, determinada e destemida, foi uma das precursoras na ação de abandonar marido de casamento arranjado e forçada nos seus 13 anos para o bel e ignorante grado dos seus pais. essa foi a dona tereza de meados dos anos 1960.
e como a força da mulher que me pariu, anseio que sejam as mulheres que eu pari. fortes, decididas e determinadas senhoras dos seus sonhos, dos seus corpos e dos seus prazeres. que sejam delas o “sim” ou o “não” e como eu, o pai, sejam intensas em suas escolhas e respeitadas quando “sim” ou quando “não”.
tive filhos porque acredito na humanidade. tive filhos porque amei na totalidade do sentimento e sejam elas, senhoras das suas escolhas e consequências. sem imposição.
e como eu e as suas mães, em seus tempos e em seus juízos, sejam delas a palavra final quando a referência forem os seus corpos e sejam respeitadas as suas vontades.
...e estarei aqui. amando, respeitando e compreendendo todas as escolhas delas

 para ana clara, ana victória, ana flor, camila, gracielly, emanuelly, maria tereza e milene

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

SÓ UM RECALCADO E FRACASSADO POLITIQUEIRO

Eu posso não gostar de determinada pessoa mas eu jamais desrespeitarei a sua história e as suas conquistas. Eu posso não simpatizar com tal pessoa mas eu jamais me tornarei covarde numa tentativa de faze-lo menor. Eu posso não comungar com citada pessoa mas respeitarei sempre a sua existência, a sua dignidade, as suas lágrimas, o seu suor e a divindade que nele existe


           Eu Jurandir, conhecedor profundo de Aroldo Pereira posso com todas as propriedades falar de Aroldo Pereira e dessa amizade de quase 30 anos. Muitas lutas, muitas luas, muitas lágrimas, muito suor e toda uma doação em prol de uma aldeia e de um povo. Falo com profundidade do Aroldo pai, do Aroldo filho, do Aroldo irmão, do Aroldo companheiro (de Mirna), do Aroldo cidadão, do Aroldo militante, do Aroldo poeta e de tantos outros Aroldos porque o Aroldo são muitos. Aroldo é herói. Aroldo é vilão. Aroldo é o doce de leite que quase sempre queremos depois do almoço. Um cidadão de quem tenho muito orgulho de chamar de irmão e de quem guardo muitos dos meus melhores beijos. E momentos das lágrimas mais doloridas, pois estava ao meu lado. Falar de Aroldo é fácil, difícil é ser o Aroldo. Difícil até mesmo para quem vive a longa data como pseudo-guru de partidos mais escusos, como PL que não sobreviveu nem a uma tempestade e mudou de nome numa fusão promíscua com outra sigla pois os seus elementos eram frágeis, medíocres e impopulares. Ser Aroldo senhor luciano meira (propositalmente escrevo em minúsculo pois minúsculos são todos os covardes), assim como as vestes do poeta, ser Aroldo não lhe cabe. Não lhe cabe porque o senhor é pequeno dos pés a cabeça e, incrivelmente, consegue ser menor ainda da cabeça ao infinito. Aroldo Pereira é história, é mito vivo, é referência, é uma luta em prol do acredita que faça bem pra ele e pro próximo. Defeitos? Tem sim. Muitos. Eu poderia preencher uma página A4 citando-os mas escreveria um livro falando dos méritos.
E do senhor? Qual e como seria a sua biografia? Na capa uma suástica?
Quase 30 anos de amizade senhor luciano meira, muitas alegrias e também decepções com o próprio Aroldo mas assim como eu e você, um dia erra e no outro melhora. Aroldo não namorou nenhuma professora de história de sobrenome Barbosa e que não era minha parente e, não é da TFP e ou faz desses discursos de falsa moral. Aroldo é só um moço solidificando os seus sonhos sem fazer mal a quem quer que seja e nesses seus quase 60 anos, faz e fez mais dos que nós dois juntos que somamos mais de 120 anos. Eu, Aroldo, Marli Fróes, Mirna Mendes, Jorge Mautner, Kedma Oliver, Adélia Prado, Nicolas Behr, Mavot Sirc e outros milhões de crianças sonhadoras, somos só crianças sonhando com um mundo melhor. E sonhamos também com um mundo melhor pro senhor, pros filhos, pros seus netos, pra sua geração futura... Não se irrite ou se incomode com os nossos sonhos pois quando o senhor se levanta contra o Aroldo, movido por um ciúmes bobo, o senhor violenta os nossos sonhos.

Sendo o senhor cristão como prega ser, tenha uma dignidade ao menos; reconheça o seu fascismo e o seu escárnio pelas minorias.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

insone

o sol ensaia sobre o leste
o balé de segunda feira
que nunca foi tímida
guerreira nunca se rendeu as mesmices
de domingo
desapeia… desapeia… desapeia…
em qual esquina ficou o que era o meu sono?
praga de alguma roseira de quem roubei
a rosa amarela que nem foi entregue?
em qual dessas fotografias recortadas
e tão velhas que apenas eu enxergo?
em qual dos meus passados ficou?
em qual das camas ficou mais que o meu gozo?
sem sentido foi ter esquecido o meu sono
desapeia… desapeia… desapeia…
em qual dessas canções esqueci ou perdi,
o meu sono?
mineiro não perdi o trem. perdi o sono
ou terei perdido em algum dos meu temores?
já que os meus anseios não me tira o sono
me traz sonhos
mesmo tão aceso
desapeia… desapeia… desapeia…
ficou em montes claros? ficou em goiânia?
ficou em guarulhos? ficou em são paulo?
desapeia… desapeia… desapeia…
ficará onde eu não esquecer o poema

sábado, 7 de outubro de 2017

os seus olhos como tema


(para jerusa barbosa)

sou do instante passado
instável/estável/mutável
no seus olhos vejo o meu mapa
que não me roga o seu passado
disparada e distante d’uma atriz
essa transparência tão rara
essas desconveniências tão claras
…e fico a fazer aula com os seus olhos,
o meu laboratório.
os seus olhos enquanto tomo o açaí
assa aqui
brasa em mim…
01 poeta perdido no metrô
com os seus olhos nos meus olhos

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

janaúba

"quando uma criança morre, diminui a possibilidade de um futuro melhor para a humanidade"

eu que já enterrei a minha mãe, também enterrei a minha filha maíni. o seu velório aconteceu no dia 01 de julho de 2001, portanto, há mais de 16 anos e, tragédias como essa de janaúba me remete ao passado e me vejo diante o seu caixão, outra vez.
conheço na pele e na alma o que existe de mais intenso no sentimento "dor".  conheço o gosto do sal da saudade, pelas tantas lágrimas caídas de mim. conheço da falta de ar, do cansaço e da dor no peito provocados pelo choro que nunca consigo segurar e me toma inteiro. também conheço Deus. conheço o seu amparo, o seu colo e o seu amor. é para Deus a minha vela laranja que acendo todos os dias e não por barganha ou pedidos, sim, por gratidão. pela oportunidade de ter sido parido por dona tereza e ter parido a maíni... por todos os beijos de uma e da outra e, todos os instantes em que estivemos juntos. quero abraçar cada mãe e pai de janaúba, vítimas maiores dessa tragédia. quero abraçar cada mãe e pai desses países que vem chacinando as nossas crianças por crenças doentias e seitas nefastas. quero abraçar todas as mães e pais da mãe áfrica que enterram todos os dias os seus filhos, vitimas da fome e da guerra... e abraço à cada oração que faço e a cada pedido a Deus para que janaúba não se repita em outras cidades...
Pai criador, vem do Senhor todo o conforto!