quinta-feira, 30 de novembro de 2017

da série; coisas que só acontecem comigo

(duas vezes numa mesma manhã e dia)

vizinha: _quanto mais eu rezo, mais loucura me aparece
jurandir: _ore ou reze com fé
vizinha: _verdade. Talvez eu tenha pouca fé no que não apalpo
jurandir: _isso se chama fé; crer sem ver. no que se apalpa não precisa de fé e sim de atitude

amanhã

(para sinval junior)

o meu passado pertence a
Deus e a minha consciência.
eu sou feito de futuros e de amanhãs.
o presente é um ourives de humanos
para amanhã ser uma essência melhor
pois minha alma é a minha jóia
de valor

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

bolsonaro, nefasto igual não existe

ainda a pouco me perguntaram o que me fez o bolsonaro; há vários motivos do porque eu não votar no bolsonaro mas o primeiro e maior entre todos os motivos, não votaria em bolsonaro por dona tereza. foi permitida a mulher o direito de pedir a separação em seus casamentos em meados dos anos 70 (1973 quase certeza) e, dona tereza foi anterior a esse direito. ainda no início dos anos 60. infeliz em seu casamento arranjado e forçada pelos seus pais aos 13 anos de idade, à casaram. havia se casado com um bom homem mas sem amor, encantada por um vizinho chamado geraldo, casou-se e infeliz com malaquias, se libertou. liberdade que quase lhe custou a vida pois um dos seus irmãos disse que não teria irmã separada e atirou em direção a ela por duas vezes e um dos tiros, acertando a mão de um outro irmão. tereza foi linda, solta e livre para montes claros e com ela carregou apenas a coragem e o destemor. bolsonaro representa em sua curta existência nefasta e alimentado por nefastos, a destruição de direitos e conquistas que as mulheres conseguiram ao longo do século. bolsonaro representa a mulher de volta ao fogão, a submissão, o objeto... o objeto!

já que o bolsonaro considera os homens mais fortes, deveria então ter se casado com um homem mas ele é machista demais, o macho alfa, para assumir essa possibilidade se existisse... bolsonaro representa também o preconceito, o racismo, a xenofobia, a intolerância.

não conheço (felizmente) pessoalmente o bolsonaro e o que sei dele não me foi passado por outras bocas e sim por sua própria boca. e ele se orgulha das sandices e babaquices que a sua boca manifesta vindo diretamente da sua alma. negra.
de alma eu digo; o ser asqueroso bolsonaro não me incomoda. me incomoda é saber que a sua plateia é de um número grande de estúpidos e boçais. isso me preocupa e me entristece... bolsonaro jamais será um grande político pois um ser tão tacanho será um político tacanho. bolsonaro não é avanço. é retrocesso. retrocesso político, humano, social, cultural e de todas as conquistas que a humanidade vem conseguindo ao longo de árduas vitórias, muitas dessas, por pessoas que deram suas vidas pela dignidade e direitos humanos.

cada ser exerce o seu direito ao voto. cada ser é consciente do seu mal escolhido.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

diversindade

a diversidade é a divindade
a divindade vence a adversidade
a/diversidade brinca/ e bebe
na taça/ da divindade
tim tim/ tim tim
humanos celebram
entres brindes/
a diversidade
tim tim/ tim tim
para quem é/ de divindade

sábado, 18 de novembro de 2017

01 cavalo daltônico

sou do tudo claro, tudo simples
regido por esses olhos caídos
recheado de receios, medos e cismas
meu cavalo é laranja, de madeira
não tem rodinhas
com engrenagens sem graxa e dentes gastos
peão vestido com jeans velho,
puído.
sou cavalo velho, manco
esquecido pelo dono,
num desses cerrados de chão rachado
que poucas vezes consegue distinguir
o mau ou o bom pasto,
cavalo daltônico.
cavalo insistente
que caminha sobre o morro,
rente a ribanceira.
cavalo daltônico. paraguaio

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

clareando & clarice

poesia não salva vidas
não mata a fome; do corpo
ilumina a humanidade
traz sentido ao existir
maldição que nos salva

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

feito

para eduardo madureira
você é feito de morro
de cascalho e toá
tem a benção da mão calejada
e corpo tombado para ajudar.
você é feito de sol
tem olhos de telhas trincadas ao luar
tem o longo feixe de luz
traz para perto o infinito.
você é feito de sertão
seu patuá é a sua pele rachada como o meu chão
veio sob o signo do catrumano
não se acaba na primeira estação

biografia

nasci numa manhã de terça feira
a 10 metros da igreja dos morrinhos em montes claros
dia de são bartolomeu
tereza paria seu 9º em casa
enquanto juscelino era o centro do velório.
nasci torto
da coluna ao pau
olhos caídos de pobre pidão
tereza dos peitos murchos
com 6 meses foi feijão
assim forjado a ferro
do espírito aos colhões

segunda feira é o meu amor

entre as mãos e as pernas
01 coração perdido de poeta
modelo o retrato do meu dia.
não serei herói nem bandido
mas uma presença constante nesse filme.
a lápis, nanquim e porrada
as feridas vão sangrando
aos berros dos bolhas pedantes.
geme menina,
dê sentido a minha poesia
o dia ainda ta começando.
 
 

terça-feira, 14 de novembro de 2017

eu, Deus & Deusa; um lance só nosso

(...e indizível)

 tenho tanta sintonia e intimidade com Deus que por algumas vezes brigo com ele. xingo. resmungo. grito. esparramo um monte sobre Ele e, Ele, por ser Deus, penso que deve sorrir e pensar; “que porra de coisa mais torta eu fiz”. Ele sabe que nesses mesmos momentos a minha fé em sua existência e o meu crer no seu amor maior, não se abala. igual era dona Tereza. eu me descompassava e poucas as vezes ela se magoava e, com aqueles seus olhos fechados e verdes, que nunca desbotaram diante as tantas intempéries, com um meio sorriso deveria pensar; “que porra de coisa mais torta eu pari”. Deus e o meu Deus mulher, juntos agora eu acredito, devem se entreolhar e majoritariamente pensarem; “que porra de coisa mais torta nós fizemos”.
então quando a angústia pesa, eu penso; “são dois os meus juízes, são dois os meus motivos para ser melhor, maior e agradecer”. o meu passado também é pau de galinheiro.

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

tereza não se lembrou

as datas que nunca me prenderam
nunca me pegaram
essa noite me venceram
35 agostos com gosto 34.
hoje 35
com carinho, beijo e abraço
de tantos os amigos
pertos, distantes
coloridos
brancos, afros
tereza não ligou.
tereza não se deu conta
desse 24 de agosto
de leminski
de felix
de senne
de jurandir
tereza não se lembrou.
pela 1ª vez tereza não se lembrou.
tereza criança não ligou
não beijou
não deu colo esse dia
tereza não se lembrou.
alzaimer (alzaimer)
tereza não se lembrou.
24 de agosto e tereza não se lembrou.
maldito alzaimer
maldito alzaimer
tereza não se lembrou.
pergunto sobre o dia
tereza sorri banguela tão linda
não sabe responder
mas pergunta porque.
dia de te amar, tereza

província de aço e concreto

06h
o amante pula o muro da casa vizinha
07h
geme a porta da casa vizinha
08h
um salto alto se despede da casa vizinha
09h
um carro estaciona na casa vizinha
10h
o telefone toca na casa vizinha
11h
risadas ecoam na casa vizinha
12h
os malditos falam em voz baixa

hibiscos para marcílio maia

sou laranja
sou das cores quentes
sou nordestino e mineiro
pequizeiro de coração
que não vai a igreja
sou dos que se encontram com deus
num banco de praça
numa roda de amigos
e nos goles de vinho.
sou da laia do amor
dos que levam
dos que trazem
dos que buscam
assim exercitando deus,
e encontrando deusas.
no indizível,
amigos & irmãos
01 beijo laranja

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

por ora

por ora
te deixo ir, tereza
não por opção ou fraqueza
fica a consciência da saudade contínua
te deixo ir para que descanse e seja feliz
mesmo sabendo que não estarei feliz
essa escolha contrariada.
te liberto dessa minha tirania
da minha fraqueza em assumir que,
te faço mal te aprisionando aqui.
continuarei com o meu chinelo de couro
com os olhos de menino pidão
torcendo para que existam muitas esquinas
e serão suas desde sempre
todas as flores amarelas.
se já era pouco ser poeta torto, pagão
agora de vindas sem sentido
a caneta pede um tempo
a folha em branco pede férias
as mangueiras carregadas prometem
farta safra e, que me trará a senhora em seus frutos
nas sementes, recordações
na memória,
a boca, a cara e os seus olhos amarelos de manga

ave tereza

ave tereza que se lembrou
ave tereza,
que me ligou no dia seguinte e chorou
ave tereza que 36 anos antes
me levou 09 meses
no útero
no sorriso
nas dores
no seio
nos sonhos
ave tereza que,
me abraçou quando falei do meu amor
ave tereza nas suas mãos sempre estendidas
nos seus lábios sempre me oferecidos
ave tereza do olhar acolhedor
ave tereza que me fez dormir quente e sem medo
ave tereza quando me deixou ir
ave tereza que sempre me recebeu
ave tereza pelo prato suado
ave tereza que sempre me fez,
mesmo com o corpo muito cansado
ave tereza de aries, ranzinza e arisca
ave tereza do coração maior que as dores
ave tereza de montes claros

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

¼

(para daniela queiroz)

aqui
meio inteiro, meio metade
vivendo de recordação
numa trilha à lá chopin
em dó menor
o drama ostenta o poema


domingo, 5 de novembro de 2017

geografia

(para elcio lucas)

são paulo cabe
na palma da minha mão
curitiba cabe
na palma da minha outra mão
cabe o rio de janeiro
na sola do meu pé esquerdo
cabe belo horizonte, na unha
do dedão do meu pé direito
cabe o congresso/brasília
no esguicho do meu mijo
no meu coração
só cabe montes claros

e os caminhos de minas em canção

momento VII

o que me mata não são as dúvidas,
são as certezas
para as dúvidas, há tempo
paras as certezas,
pedidos de desculpas. ou perdões

sábado, 4 de novembro de 2017

não mexam com minhas crias

enzo nasceu, feliz demais mas ainda sou o jurandir

aí eu compartilho a minha alegria com os amigos (?), minha filha com sua barriga linda de grávida linda e, de algum inferno surge uma cavernosa com o seu enxofre;

_nossa jurandirrrr... tão novinha e uma vida toda pela frente

_é? ela não terá uma vida enorme mais pela frente? de onde vc tirou essa imbecilidade? leu isso em algum banheiro de algum puteiro? quantos anos vc tinha quando começou a arreganhar essa boceta sua para os machos? ela só engravidou e é essa a diferença. minha filha é de maior e dona e decisiva do corpo dela

moral da história: tenha sempre o cuidado e a preocupação se o seu ouvinte for o jurandir. o diabo também mora do lado de cá

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

entre borboletas e aguapés

 (para denise lopes)

que me perguntem
em claro e bom tom
dos poemas tortos que escrevi
se desses algum, o alvo acertou.
nenhum. nenhum
nenhum escrito para seduzir
mas depois de seduzido
escrevi alguns
a moça de cotia
entre os seus aguapés e jasmins
entre as suas borboletas domesticadas
também domesticou um maldito
sem o beijo
sem o toque
sem aquela coisa carnuda, linda e cheirosa
tombou um bruto
a moça de cotia não tirou as roupas
que fique claro
tão claro quanto o poeta que ela domou
e tão igual
um poema desinteressado,
inteiramente encantado e gratuito


quarta-feira, 1 de novembro de 2017

alado

me faz bem
me olhar no espelho
e ver essas cores das minhas asas
tão pecador e tão próximo do céu