sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

reflexão 103

ruim? não! tudo vira escola; a vida vai moldando o nosso caráter, os nossos valores e a nossa própria essência. feliz ou infelizmente vivemos em grupos sociais (não falo de internet), harmonia é o que deve reger todos os meios. para que essa harmonia exista e nenhuma das partes se contrarie, o importante é chegar sem se incomodar com os vícios já existentes e se esse incômodo existir, você que chegou então, a coerência é que você se retire. vícios do padrão de vida, dos hábitos do dia a dia, da relação pessoal... essas não se renovam ou quando se renovam é por atitude própria. vontade própria. não gaste o seu tempo, não estresse o seu emocional falando do que você pensa daquilo que te incomoda pois todos os vícios, sendo errados aos seus olhos ou não é sim uma opção e direito da outra pessoa. o ser humano é consciente de cada vício seu, de cada atitude sua e não são impulsos ou instintos, são atos pensados e que os aprazem. toda a sua fala e manifestação será um desgaste apenas para você pois a outra pessoa, ou as outras pessoas, já estão incrustados naqueles vícios e atos. todo erro é consciente. todo acerto é uma escolha. se te faz mal ou vai contra os seus princípios, se afaste.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

aos cabelos de elisa lucinda

puta dor de cabeça,
insônia sem fim
nem sonhar posso
papel em branco
lápis sem ponta
um poema inacabado
01 poeta inacabado
elisa, retrato perdido
pelas ruas de são paulo
nem sonhar posso
com os seus cabelos anelados
nada aprendi com maquiavel
pássaro não voa com anilha
pensa que voa sem sair do chão
canjiquinha de milho bolorado
nem sonhar posso
ou sentir seus cabelos anelados
mão em concha que carrega sonhos
e sementes pela estrada
insônia
nem sonhar posso, por hoje

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

horti-braxília

A imagem pode conter: fruta e comida
braxília e os seus encantos, braxília e as suas cores, braxília e os seus sabores, braxília e a moça linda que me acalma a alma todos as manhãs... braxília e as suas frutas por todas as ruas e avenidas (apesar que esses porras cagaram em batiza-las em consoantes e números)... hoje terei suco de acerola no almoço, colhido direto da árvore da quadra de cima. já teve manga, jaca e até pequi anêmico e insosso... braxília, nem tudo aqui fede. tem a moça de 1.62 e esses poetas



control C + control V

control c + control v - a arte imita a vida e a vida imita o raso, o vazio, o oco; pensar não provoca tesão, a cautela não provoca tesão, a sensibilidade não provoca tesão, a coerência não provoca tesão, o pudor não provoca tesão, o moral não provoca tesão, a poesia não provoca tesão, a mensagem não provoca tesão. o que soma e agrega não excita... a facilidade provoca o tesão. o que é ruim se copia. o imediatismo se copia. a vida alheia provoca o tesão. o tesão é o agora. olhamos o outro e copiamos do outro tudo que nada nos agrega mas que trás o prazer imediato. olhamos, nos enchemos de tesão. copiamos e colamos em nós. tudo muito rápido. tudo sem olharmos para o amanhã. uma apropriação sem nenhum cuidado e nenhum remorso. um vício tão grande esse de querer o imediato, o fácil e o já entregue que não perdemos um segundo para refletirmos; vale a pena? o que somará em mim? quem e o que serei depois dessa apropriação? a maior defesa dos que se apegam ao imediatismo é o velho e pobre pensamento de que “a vida é curta”. pode ser que sim mas a vida também é longeva e o que seremos e como estaremos na longevidade? quem estará conosco?

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

pensamento 203

eu sou da transparência. eu sou do perder se preciso for mas que eu não me perda de mim. eu sou nu no pensar, no agir e no existir. eu muito tranquilamente perco pessoas ao longo da estrada mas me recuso a me perder de mim. se eu me perder de mim, de quem sou, de onde sou e para onde eu quero ir, aí sim a minha vida não terá valido a pena...


segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

manhãs de agosto sem modéstia

(para kedma o’liver)

agosto cabe em todos os gostos
em todos os abraços
cabe nos encontros do clube da esquina
nas rodas de praças
na pele negra que caminha a minha frente
na mesma calçada
agosto é das festas
marujos, caboclos, catopês
cabe no poema não concluído
que antecede a primavera
cabe no meio de um sorriso
ou no mais inteiro dos meios beijos
agosto que não é de agouro
receita de tantos louros
manhãs de sol alto, solto
amarelo como ouro
agosto são as coisas boas, quentes
quase tão quente quanto colo de mãe
agosto não é tímido como o virgem
é fogo que queima sem pudor
despudoramente vagal e sedutor
agosto é assim; eu perdido nessas passarelas




sábado, 10 de fevereiro de 2018

reinventar-se

reinventar-se é urgente no existir; muitas pessoas são como eu, nômades e inquietos. um dia aqui, outro dia ali. almas andarilhas e pernas ligeiras. porquê de ser assim eu não sei. talvez seja a alma insatisfeita, incompleta e buscando uma completude. ou outra coisa. quanto a mim, necessidade de sempre estar buscando algo que me complete. ou alguém. ou coisa nenhuma. ou sei lá. ou nem quero saber por ter medo de descobrir. a única certeza que tenho é o vazio deixado por dona tereza e a paixão pela cor laranja, ocre. cada alma, cada canto, cada aceno, cada oi, cada bom dia, cada por favor, cada cama, cada olhar, cada dia, cada noite, cada encontro, cada desencontro, cada desencanto… reinventar-se é urgente. cada pessoa é um novo mundo. cada sorriso é um novo porto. cada abraço é um novo dia. cada colo é uma outra mãe. cada momento é uma nova oportunidade. cada manhã é novamente deus te recebendo. reinventar-se é urgente. reinventar-se mantendo a essência, a transparência. reinventar-se e manter a gratidão por todos e tudo que já viveu. reinventar-se e alimentar o que existe de melhor no outro e em você. reinventar-se sem se perder.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

tédio 304

(para Fernando Salomon Bezerra)

como alimentar sonhos
encontros e acasos
ou casos/ ou tudo/ ou nada
se não existe esquinas em braxília?
em braxília existe tesourinhas
tesouras cortam tudo, e sonhos
em minha estrada cigana e vagal
sou torto de esquinas, são delas
os meus encontros e desencontros
também alguns poemas, e gozos
os que mais cabem em mim
são paulo me comia todos os dias
sem cuspe e sem dó
braxília me broxa, se broxa, nos broxa
mesmo com tantos poetas grandes
e rock
(mesmo o breganejo dominando rádios
e suas cabeças)
braxília por favor; me estupre
sem cuspe, também, me coma sem dó
me violente por todos os poros
me coma literalmente. toda a minha carne
nada de antropofagia ou gemidos ensaiados
me violente dos pés a cabeça, sem cafuné
da cabeça ao infinito você não me toca
minha alma e a minha luz tem um canto
me esperam em montes claros
ou façamos um acordo
ou me coma logo e cru
ou me deixe invadir as suas entranhas
sou só amor braxília
é o que quero, bukowskiar

domingo, 4 de fevereiro de 2018

desmemoria

movidos por conveniência, a humanidade caminha sordidamente em passos largos para a total cara de pau. tivemos vários períodos durante a evolução humana. homo sapiens neanderthalensis, homo sapiens, homo erectus, homo habilis, australopiteco e o homo atual, o homo dissimuladus. espécie essa que teve o seu período de tempo de evolução mais rápido. nociva para a sua própria consanguinidade pelo grau de meticulosidade e talentos cênicos que ele tem em interagir socialmente. a sua evolução biológica, intelectual, cultural e física-emocional propiciou a ele talentos mais significativos que a descoberta do fogo e a invenção da roda. o talento de “teatralizar. de encenar. de fingir dor, valor e moral”. movidos pelo imediatismo, se desgarraram da naturalidade e do etéreo. do ético e do divino. do conteúdo e da sua própria história e formação.
essa espécie andante atual (graças ao maravilhoso Deus criador não aprenderam a voar pois iria ser uma competição doentia de um querendo voar mais alto que o outro para cagar no outro de baixo). entre as suas estratégias para a socialização, “vamos esquecer o passado. quem vive de passado é museu. o que importa é o agora e o futuro”. uma observação; vamos esquecer não o passado e sim o que fiz de ruim no passado pois das coisas boas eles não querem que o outro, esqueça. ao contrário, alimenta o outro com as boas memórias que viveu ou produziu. classificar isso como hipocrisia é pouco. eu particularmente chamo isso de total crueldade humana. nunca nos pedem ou pedimos para que esqueçam as boas ações, os bons acontecimentos, as boas realizações... Deus deve ter crise de vômitos a cada milésimo de segundo quando olha para uma de suas criações. criaturas. humanos.
eu só quero e me policio; o que de ruim existe ou existiu em minha história faz sim parte de mim e do que sou agora, só não quero que seja esquecido e nem esquecerei pois assim me cuidarei para que não seja parte da construção que quero ser.
Deus existe, é amor. é justo. e cobra.

aos amigos eu desejo um dia de muita interação com o amor e com a essência divina que existe dentro de cada humano.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

para ontem


em braxília, em algum lugar
além da carne, além de aqui
além de vidas, além de sonhos
por quais meios
em quais rumos
em quais esquinas e ruas
em quais rimas
em quais muros
nos acharemos pós desencontros?
diante uma samambaia?
numa igrejinha no alto de um morro?
morramos então de gozos & urros
feitos animais esquecidos das dores
te aguardo segurando um hibisco amarelo
roubado lá em montes claros
te aguardo dentro de um livro
dentro de um filme
dentro da voz do tim maia
te aguardo inteira, sem medo
os meus se foram na primavera passada