era
o menino sentado na praça
olhar
tão miúdo
de
quem não queria nada.
era
o menino ligeiro nos sonhos
nariz
coçando e irritado
traçando
planos
que
nunca chegavam a lugar algum.
era
o menino do interior
calado
do sol ao luar
papel
e caneta em sua mão esquerda
olha o bobo olha o bobo
ninguém
a entender nada.
era
só um menino invisível dos pés a cabeça
montado
sobre um enorme cavalo de plástico
ouvindo
belchior.
amarelo
era a cor da sua calça
e
das suas meias.
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