(para idalécio ferreira)
para os cigarros que não fumei
para as transas que não aconteceram
para as alucinações alcoólicas
e os seus comas
que nunca me acompanharam
01 primeiro poema por um vinho
poderia ser as transas, ou as tramas
ou as moças nuas nessa cama
mas não/ tinha que ser o vinho
bukowski era o gozo feminino
o efeito do porre antes,
durante e depois dos poemas
(já sinto o rosto queimando)
eu/bukouski, em comum
frye’s
nenhum outro tema
frye’s frye’s frye’s
ou o 5º dos infernus?
01 outro copo de vinho
(já vejo a minha cara vermelha)
01 drinque a morte da bezerra
e choro. e choro. e choro
bukowski – um ex pau duro
01 lenço ao lado, sujo
(vejo o meu irmão gêmeo no espelho)
não estou em são paulo
estou nesse poema de paraquedas
para falar de bukowski
já que não me resta mais vinho
nem tabaco, nem bocetas
(já sinto o corpo tremer – não é gozo)
pena
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