quarta-feira, 16 de outubro de 2013

por ora

te deixo ir, tereza
não por opção ou por fraqueza
fica a consciência da saudade contínua
te deixo ir para que descanse e seja feliz
mesmo sabendo que não me fará feliz
essa escolha contrariada.
te liberto dessa minha tirania
da minha fraqueza em assumir que te faço mal.
continuarei com o meu chinelo de couro
com os olhos de pidão
torcendo para que existam muitas esquinas
e serão suas desde sempre
todas as flores amarelas.
se já era pouco ser poeta torto, pagão
agora de vindas sem sentido
a caneta pede um tempo
a folha em branco pede férias
as mangueiras carregadas
prometem farta safra e todas as recordações

Um comentário:

  1. É meu bom irmão. O belo escrito não disfarça o desconforto espiritual. e as pistas são muitas.
    desde o chinelo de couro, ou as esquinas, quem sabe as flores amarelas que não serão entregues,
    emoções contrariadas, escolhas que não escolhemos, as vezes melhor mesmo é dar um tempo.

    Procuramos por um sentido, que ainda não veio. Nos resta continuar, mesmo sem saber para onde e nem o que.

    Amo vc.
    Abreijo.

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