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quinta-feira, 30 de junho de 2016

albina nº14

...albina continua com suas indagações que sempre acabam em um grande momento filosófico e convidativo para uma reflexão. com seus olhos recém-saídos dos meus, olha agora mais longe do que antes e diz;

_não mudamos por pessoas pueta, mudamos por nós. as pessoas mudam por elas. mudamos para o nosso conforto e consciência, qualquer que seja a relação, social ou familiar... o triste pueta é o apego ao imediato que nunca constrói pontes. raramente pensamos nos janeiros á frente mesmo tendo tantos janeiros passados, ruins, como exemplo.

nada mais me resta além de soltar um meio sorriso diante essa faca afiada que cabe tão bem em mim.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

albina nº27


albina não bate na porta, entra sem cerimônia. nunca leu manoel de barros e se espalhando pelo banco vai logo me perguntando;

_pueta, qual a sensação de ser pai de seis filhos? eu nunca nem peguei barriga e olha que o finado era danado... (pensa, olha ao longe) ...e filhos por algum motivo deus não me deu. muitas vezes me deito triste, acordo triste, por não por não ter tido essa oportunidade.

_ô albina, tem tristeza maior que essa. dor maior é você ter seis filhos e nenhum ao teu lado no café da manhã.


sábado, 11 de junho de 2016

albina nº8


...então albina, após atravessar todo o quintal em passos apressados para seus quase 80 anos, para diante mim e pergunta;

_ora pois moço pueta bunito e triste, lembra-se de seu último surriso?

_ora pois albina que tanto parece uma mãe de santo nesse seu vestido branco, deve fazer muito tempo pois não me lembro dessa data mas ouve sim, muitos, seis quando nasceram os meus filhos, outros tantos com eles e outros tantos quando dona tereza me buscava na escola. _você não surri nem quando imbebeda, consegue ficá ainda mais longe e mais triste. meu finado marido quando bebia só ficava surrindo.

_seu eu tivesse tido a sorte do seu finado marido e um dia tivesse tido, uma única albina, sorriso seria o meu sobrenome

sexta-feira, 10 de junho de 2016

angústia


sou resistente para levantar o punho
sou resistente para receber pancadas
sou resistente para escalar morros
sou resistente para ir a pé daqui até montes claros
só não sou resistente para essas angústias que o coração traz...