domingo, 18 de março de 2018

cigano ao fim da linha

vida cigana tem seus encantos, seus sabores e suas mágicas mas há dias em que acordamos e, sozinhos, olhamos para o lado e o silêncio impera na cama, nas paredes e aos arredores. uma vontade enorme de maínha me toma mas maínha morreu faz anos. sinto saudade da lesse mas lesse minha cadela pastor alemão morreu já faz 14 anos. lembro do seu chico da pamonha que me contava causos da sua infância e sempre alegrava as minhas manhãs. seu chico morreu e junto morreram as suas pamonhas a mais de 20 anos. viro o rosto para o outro lado da cama e um espaço maior ainda que me faz lembrar tantos outros momentos. o que será que aconteceu com a natália, minha paixão dos sete anos de idade? júnia marise, meu amor dos 09 anos de idade e a garota mais linda da turma da quarta série da escola zinha prates no ano de 1987, como estará júnia marise? casada? avó? com seis filhos assim como eu? waldir cdf o meu protegido que ninguém podia tocar ou apanharia de mim, onde andará o waldir? por onde andará tia solange, tia pretinha, tinha graça e tia adeir, professoras do meu primário? será se ainda se lembram do meu rosto ou do meu nome? das mulheres que amei, uma ou duas pensam em mim vez ou outra? o cigano que não tem canto, nem rumo e nem ninguém, relembra todos os dias as ruas de montes claros, do major prates ao independência, do maracanã ao eldorado, da vila oliveira ao jardim primavera. e daquele banco da praça da matriz onde aconteceram os beijos mais inteiros.

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