na curva do poema
existe um outro poema sem explicação
descompassos de respirações
fôlego tropeçando sobre letras
dois tombados, felizes
ela no poema do “A”
ele no poema do “01”
repetidamente
três anos depois
ainda não entendi aquela performance
apenas sei que foi poesia
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
ciclo
do
passado só recordações
nada sobre a pele
nada sobre a pele
futuro
é a certeza do pó
vago e em branco o banco do cinema
vago e em branco o banco do cinema
o
meu cavalo de plástico não cavalga mais
nas
manhãs de segunda feira.
14
abelhas e 02 pequenas borboletas amarelas
em
carnaval no meu jardim
na
cena que me fez sorrir esta manhã.
cheguei a me sentir deus
cheguei a me sentir deus
domingo, 24 de novembro de 2013
dó}mingo
meu coração solitário
em par com a minha alma solidária
formam um lindo triângulo amoroso
com minha carne voluntária
na violência da solidão
não sei qual é mais puto
em par com a minha alma solidária
formam um lindo triângulo amoroso
com minha carne voluntária
na violência da solidão
não sei qual é mais puto
terça-feira, 12 de novembro de 2013
buffet tabaco
celebro
o meu cansaço neste café frio
expectativas
das promessas não feitas
interrompem
o silêncio que não desejei
segunda
feira muda quando o sol nasceu
na
herança de dona penha,
descansa
a última letra sem melodia
música
que não decorei
01
violão que nunca aprendi tocar
endorfina que não
veioera o meio beijo o beijo inteiro
descobertas não descobertas
no seu corpo afro-catrumano.
retorno ao poema inacabado
na areia branca
01 poema aos seus cabelos encaracolados
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
fia
o
que mais me alegrava mesmo
era
está no brilho dos seus olhos
sempre
que eu chegava aos sábados
as
06h da manhã
e
te pegava deitada na cama
assistindo
primeiramente,
aquele sorriso enorme de contentamento
aquele sorriso enorme de contentamento
eu
sempre chegando silencioso
silêncio rompido com,
_é você jurandir?
silêncio rompido com,
_é você jurandir?
hoje
eu cheguei mãe
sábado, 05 de outubro
o silêncio descoberto não é mais o meu
um corpo de 40 quilos
deixou vazio esses 06 cômodos
sábado, 05 de outubro
o silêncio descoberto não é mais o meu
um corpo de 40 quilos
deixou vazio esses 06 cômodos
só
menos vazio que esse 1.90
(...)
(...)
linda
senhora de cabelos brancos
as 06h estarei no mais profundo do sono
será mais fácil para me visitar
as 06h estarei no mais profundo do sono
será mais fácil para me visitar
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
ingenuidade
eu sou quase assim,
romântico
só um pouco mais vagabundo
romântico
só um pouco mais vagabundo
quero
estar escrito no seu olhar
inserido em sua pele negra
inserido em sua pele negra
e criança
sem infância que sou
de nulas lembranças
brincar nestas curvas e vulva
percurso de 1.60
hoje, seus cabelos me conduzem
de nulas lembranças
brincar nestas curvas e vulva
percurso de 1.60
hoje, seus cabelos me conduzem
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
por ora
te deixo ir, tereza
não por opção ou por fraqueza
fica a consciência da saudade contínua
te deixo ir para que descanse e seja feliz
mesmo sabendo que não me fará feliz
essa escolha contrariada.
te liberto dessa minha tirania
da minha fraqueza em assumir que te faço mal.
continuarei com o meu chinelo de couro
com os olhos de pidão
torcendo para que existam muitas esquinas
e serão suas desde sempre
todas as flores amarelas.
se já era pouco ser poeta torto, pagão
fica a consciência da saudade contínua
te deixo ir para que descanse e seja feliz
mesmo sabendo que não me fará feliz
essa escolha contrariada.
te liberto dessa minha tirania
da minha fraqueza em assumir que te faço mal.
continuarei com o meu chinelo de couro
com os olhos de pidão
torcendo para que existam muitas esquinas
e serão suas desde sempre
todas as flores amarelas.
se já era pouco ser poeta torto, pagão
agora de vindas sem sentido
a caneta pede um tempo
a folha em branco pede férias
as mangueiras carregadas
prometem farta safra e todas as recordações
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
para imaginar os seus cabelos
(para Ana Flor)
nasci para ser par
mesmo que um raio me parta
mineiro teimoso de beira de barranco
branco só a minha pele
menino ocre por dentro
feito de toá e não de concreto
vez ou outra, a minha poesia apenas.
sou caipira e não um pirado
bitolado no bom do sertão
sem vocação para ser maria-vai-com-as-outras
sonhando ser a xita numa selva sem árvores
nem me comem por prestação
deixo ir
fico e fico inteiro pro ano que vem.
esta noite tomo um café
imaginando como estará os seus cabelos
intervalo
num breve intervalo da saudade
ontem deu aquela saudade de namorar
de fazer amor, não
deitar, abraçar e beijar na boca
ficar assim até cansar e cair em sono profundo.
o silêncio dura três anos
24h para 30 dias
subir pela cula
mangabeira é um retrato triste
circular pela vilha guilhermina tão doloroso
avistar os morrinhos são as primeiras lembranças
de eu criança te vendo sair
o seu tamanco de madeira som tão recente
nestes quase 40 anos
como os últimos beijos no quarto vermelho
a 29 dias e você não me correspondia
lábios quentes sem respostas.
não fui o seu herói
mas ontem usei aquele terno
pensando nos seus sonhos que não realizei
e para ter certeza que era eu mesmo ali dentro
usava meias que não combinavam em nada
roupa tão bonitinha decorando o triste
meu amor, vem sorrir para mim
circular pela vilha guilhermina tão doloroso
avistar os morrinhos são as primeiras lembranças
de eu criança te vendo sair
o seu tamanco de madeira som tão recente
nestes quase 40 anos
como os últimos beijos no quarto vermelho
a 29 dias e você não me correspondia
lábios quentes sem respostas.
não fui o seu herói
mas ontem usei aquele terno
pensando nos seus sonhos que não realizei
e para ter certeza que era eu mesmo ali dentro
usava meias que não combinavam em nada
roupa tão bonitinha decorando o triste
meu amor, vem sorrir para mim
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
orfiúvo
dizem que quando morrem as mães, os filhos
ficam órfãos
o que vivo é bem além disso
me sinto amputado
viúvo
rejeitado,
com esse desafio de Deus
de me fazer provar enterrar mãe e filha.
quem conhece dessa dor
solta é gargalhadas
das outras desgraças da vida.
e gente chorando porque foi abandonado pela esposa, marido, amigo,
até pela amante que nunca foi só dele.
o que vivo é bem além disso
me sinto amputado
viúvo
rejeitado,
com esse desafio de Deus
de me fazer provar enterrar mãe e filha.
quem conhece dessa dor
solta é gargalhadas
das outras desgraças da vida.
e gente chorando porque foi abandonado pela esposa, marido, amigo,
até pela amante que nunca foi só dele.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
verdade 14
perder
tereza não significa apenas perder tereza
está
muito além disso
é
estar sem alguém no mundo
é
estar sozinho em toda a tradução de "estar" sozinho
é
viver sem perspectiva
de ter alguém, de verdade, do lado
de ter alguém, de verdade, do lado
é
acordar todo os dias e não ter ninguém
numa tribo de quase 8 bilhões de iguais.
numa tribo de quase 8 bilhões de iguais.
perder
tereza não é falar da morte de tereza
é ver morrer quem me amou por completo
quem jamais me traiu
é ver morrer quem me amou por completo
quem jamais me traiu
quem
dividia comigo o pingo do i
e o farelo do pão.
e o farelo do pão.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
diálogo com quintana
sou
desses poemas sem destino
com um pires na mão
com um pires na mão
perdido
nessa imensidão de gente
despercebidadespercebido
que não se iludam os que atravancam o caminho
porque ainda pulsa
esse coração de passarinho
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
matemática da ingratidão, nem poesia nem prosa
tereza que pariu 9 vezes
avó
34
04
vezes bisavó
mais
feliz teria sido
se
trocado tivesse feito
09
cagadas demoradas
por essas 09 trepadas amaldiçoadas
juarez, euclides, maria
por essas 09 trepadas amaldiçoadas
juarez, euclides, maria
eustáquio,
beatriz, zezinho
aqui,
bosta tem nome
jurandir,
lídia, eliane
se apertarem, vão no mesmo pacote.
se apertarem, vão no mesmo pacote.
tereza,
me diz qual a sua sina?
tereza
está lá no quarto vermelho
não
fala, não abre os olhos, não briga mais
aguarda apenas o sorriso de deus
aguarda apenas o sorriso de deus
tereza de telhado tão lindo
qual mesmo é a sua sina?
as mangueiras estão florindo
logo iremos chupar mangas
domingo, 11 de agosto de 2013
feliz dia dos pais, mãe
(para dona tereza)
meu
pai tem seios murchos
caídos pela fome que me saciou
meu pai retirou seu útero
depois de ter me parido
caídos pela fome que me saciou
meu pai retirou seu útero
depois de ter me parido
e
me levava para a escola todos os dias
que
ficava a trinta metros da minha casa
meu pai não tinha nem
eira, nem beiranem um barranco para se escorar
mas me fazia dormir tranquilamente e sem medo
todas as noites ao seu lado
meu pai nunca curtiu usar batom ou brincos
mas tinha uns tamancos que me assustavam
meu pai sempre foi bem franzininha
mas ficava enorme se alguém me assustava
meu pai sempre foi uma grande mulher
mãe, parabéns pelo seu dia!
terça-feira, 30 de julho de 2013
olhando uma linda mulher dormindo
(para minha filha ana clara)
não
escrevo para falar dos seus olhos azuis
nem dizer dos seus cabelos loiros cacheados
como também não escrevo
nem dizer dos seus cabelos loiros cacheados
como também não escrevo
para
falar da seu pele alva
pois a sua beleza
é o que menos me encanta em você
e o que menos lhe faz justiça quanto ser.
sou verdadeiramente imortal é nessa sua voz rouca
sou completo é nesses seus olhos grandes
e nessa sua timidez tão profunda
onde se esconde a minha carga genética.
eu te amo não pela biologia
mas por conseguir todas as manhãs
me surpreender tão feliz por ser tão humana,
pelos seus beijos
pois a sua beleza
é o que menos me encanta em você
e o que menos lhe faz justiça quanto ser.
sou verdadeiramente imortal é nessa sua voz rouca
sou completo é nesses seus olhos grandes
e nessa sua timidez tão profunda
onde se esconde a minha carga genética.
eu te amo não pela biologia
mas por conseguir todas as manhãs
me surpreender tão feliz por ser tão humana,
pelos seus beijos
sempre
tão gratuitos quando nos encontramos
e essas suas juras de
amor,me Deus, como me faz bem isso,
como me destrói tão gostosamente.
escrevo não para exaltar sua beleza
escrevo para te exaltar como filha
dorme meu amor,
sonhe com os seus encantos de mulher adolescente
e ao acordar pela manhã
lembre-se que eu te amo
sexta-feira, 19 de julho de 2013
filme em preto e branco, e vermelho
nesta
manhã desbotada jeans azul
traçado pelas traças como a linha da palma
puído nasce o dia cor-rompendo a noite
traçado pelas traças como a linha da palma
puído nasce o dia cor-rompendo a noite
sol
meio-posto em meio aos montes.
sem lastro para um filme
sem lastro para um filme
nem
para cara de pau nasce o vagabundo
cara
vermelha como o saldo
inspirado na marca do
batomna gola da frente
crime na manga da transeunte ao lado
sábado, 6 de julho de 2013
se chamava herói
quero
um pedaço dos teus passos
um
compasso dos seus tropeços
joelhos
que não se curvaram
céu
estrelado de todas as noites
esse
cavalo não tinha marcha ré
não
trotava sobre flores
sua
trilha se chamava vandré
corajoso
cavalo de fronte sem fronteiras
ia
sempre a frente
era
o meu cavalo de plástico preferido
morreu
sem medo
salvou
01 mundo
sexta-feira, 5 de julho de 2013
contr(a)mau
contr(a)
regra
contr(a)
passo
contr(a)
fluxo
contr(a)
tino
contr(a)
tempo
contr(a)
acordo
contr(a)
marca
contr(a)
mão
contr(a)
limitação
contr(a)
ócio
contr(a)
love
contr(a)
intimidação
contr(a)
cópia
contr(a)
rendição
contr(a)
(c)ontra
manifesto
(para Maria Maia E Almeida)
entre montes claros e são paulo
existe
a dimensão entre um parto
e
um óbito,
remoer
(re)morrer
nesses músculos faciais mortos
que caminham contrários
enquanto sigo pela avenida paulista.
(re)vivendo consolação abaixo
helena elis em meus ouvidos
manifesto natural que estou vivo
(re)escrevendo os
seus olhos(re)morrer
nesses músculos faciais mortos
que caminham contrários
enquanto sigo pela avenida paulista.
(re)vivendo consolação abaixo
helena elis em meus ouvidos
manifesto natural que estou vivo
na palma da minha mão
domingo, 23 de junho de 2013
eu amo Jurandir
eu
acredito nesses olhos caídos
nessas mãos inquietas
nesse jeito torto de andar
e ser
confio nesses passos largos
nesse caminhar apressado
nesses pés 42 comportando 1,88
nessas mãos inquietas
nesse jeito torto de andar
e ser
confio nesses passos largos
nesse caminhar apressado
nesses pés 42 comportando 1,88
de
muita mansidão. quase sempre
acho
lindo essa timidez do sertão
procurando
sempre algo pelo chão
mesmo que não tenha perdido nada
nem queira encontrar nada
gosto dessa fé que alimenta
em você
no próximo
em tudo que existe e pulsa
mesmo quando perde o próprio caminho de casa
mesmo que não tenha perdido nada
nem queira encontrar nada
gosto dessa fé que alimenta
em você
no próximo
em tudo que existe e pulsa
mesmo quando perde o próprio caminho de casa
segunda-feira, 27 de maio de 2013
salve-me ana cristina cesar
eu
gosto é disso
de
letras pequenas
frases
curtas e sem rimas
tendem
a escrever longo tudo o que não presta.
escrever
longo é para poucos, bem poucos
pouquíssimos
e
fim de papo.
fico
puto quando me pedi
para
ler e criticar as suas molezas
se
digo a verdade
pronto,
lá vem você fazendo greve de sexo
pernas
cruzadas, lábios cerrados
só
me resta é ser falso
para
não ficar mais 20 dias na punheta
poetisa
poetisa
antes
de te mandar pra puta que pariu
vai
ler ana cristina cesar e ser alguém na poesia
quarta-feira, 22 de maio de 2013
fugindo do seu imediatismo
turvos
são os sonhos de esquinas
límpida e sadia é a água do meu vaso
nenhum dente à mostra
límpida e sadia é a água do meu vaso
nenhum dente à mostra
nesse
sorriso indecente
no
convite para os gozos
velar
palavras mortas e mal enterradas
mercado em promoções
alfaces em leilões para companhias
não há nada a fazer
para salvar o girassol
mercado em promoções
alfaces em leilões para companhias
não há nada a fazer
para salvar o girassol
sábado, 18 de maio de 2013
hino 19
eu
poeta feito de margens
de
erros
acertos
mas
sem dar margem aos medos
é
o lado bom de ser torto
confuso/bi-polar/toc/diabo-a-quatro
e o escambau.
salvação
é busca para miseráveis
salvo
de nascença é sina do gerais
hino 18
meu
chão é feito de homens
e
é dessas mulheres
todas
as glórias do meu sertão.
passarinho
canta arretado
tem
no silvo o sotaque nordestino
foi
esse povo que construiu
cada
metro desse chão brasileiro
minas
gerais minha amante linda
ensina
o que é ser gente
a
este povo geladeira
terça-feira, 7 de maio de 2013
tereza de montes claros
posso
facilmente desenhar tereza
usando a palma da mão
usando a palma da mão
as
pontas dos dedos
os
lábios mordidos pelas tensões dos dias
até
mesmo os meus olhos caídos
facilmente
desenham tereza.
tereza
é amor que não se cansa
(que
nunca se cansa)
seja
qual for o momento
tereza
é assim
prova
que cabeça e coração andam em contramão
cabelo
de nuvens
memória
de vento
alzaimer
esquece tudo
coração de tereza não
esqueceaquece tudo. e todos
sábado, 4 de maio de 2013
morrinhos, meu dna
não
nasci numa capital
ufa
paulistano não nasci
geraizeiro
benção de meu Deus
e
por provocação de Deus
quase
que parede e meia com uma igreja
no
cume do morrinhos.
meio
certo
torto
e meio
filho
de cantador com lavadeira
por
um lado escada sem fim
por
outro lado ribanceira traiçoeira
festa
era todo sábado quando tereza ia ao mercado
hoje
festa
só
segunda feira linda
sábado, 27 de abril de 2013
a poeta. a proposta
para
o bem da humanidade e para o bem da poesia
espero
que tão logo
descubram
a nada sutil diferença
entre a poeta e a poetisa.
entre a poeta e a poetisa.
poetisa
é uma tremenda de uma siririca inacabada
mau
tocada como suas letras e palavras
a
poeta... ah poeta
Deus
te fez para salvar a raça
quarta-feira, 17 de abril de 2013
andor-andarilho
meu
andor-andarilho
brinca
sempre com a caixa do correio
deixa
a mesma mensagem rabiscada
“seja feliz e o desenho de um barquinho”
todo
profeta
é
lindo o meu andor-andarilho.
tem nome
tem nome
não
é joão não é josé
nunca
tem um cachorro o acompanhando
incompleto
o meu andor-andarilho
sorrir olhando pro chão
sorrir olhando pro chão
está
sempre calçado com chinelos de couro
de
tanto ir e vir
seus
chinelos nos dizem tudo
ele nunca diz nada
apenas sorrir tão lindamente banguela
um outro sol
ele nunca diz nada
apenas sorrir tão lindamente banguela
um outro sol
sexta-feira, 12 de abril de 2013
percussão para o dia D
macumba
bate pino
é percussão em meu ouvido
é percussão em meu ouvido
herança
da áfrica que ainda não fui
lembrança diferente do agora
é sinfonia da silenciosa e muda noite fria
lembrança diferente do agora
é sinfonia da silenciosa e muda noite fria
lençóis
limpos para ter algo limpo
sexta
feira não é segunda-feira
medem-se
a distância de 03 dias
léguas para sorrir.
fica uma flor adubada
com férteis fotos, livros, artigos de revistas,
léguas para sorrir.
fica uma flor adubada
com férteis fotos, livros, artigos de revistas,
e
recortes de jornais.
beibe, deixo do lado da cama
o meu valente cavalo de plástico
beibe, deixo do lado da cama
o meu valente cavalo de plástico
valente
todos os dias
e
não apenas na segunda feira
valente
adora a grama sempre fresca
ao
redor da sua árvore no sapucaia.
bate
beat bate pino
tão
distante essas 72 horas
quinta-feira, 4 de abril de 2013
rapidinha
gosto
desse dia frio de são paulo
de
estranhas pessoas frias
a
grande benção de são paulo
começa em minas e termina no nordeste
ô povo lindo esse
que além de progresso
trazem vida para este curral de concreto.
são paulo e seus nativos nos intervalos
ai como dói
ai como é bom
começa em minas e termina no nordeste
ô povo lindo esse
que além de progresso
trazem vida para este curral de concreto.
são paulo e seus nativos nos intervalos
ai como dói
ai como é bom
sábado, 23 de março de 2013
para karla celene campos
um
discurso na ponta da língua
uma
bala no dedo que aponta
é
da espécie que caminha vertical
cheios
deles e cênicos pelas ruas
natural é sentir medo
natural é sentir medo
não
são humanos, são homens
ensaios
de demônios em terra santa de deus.
meus
heróis morreram em vão
o meu sertão não virou mar
04
dedos e o seu curral
é compadre daquele que não é parente
e
em nada próximo, do águia de haia.
berra
berra berra vaca
itaquerão
é o futuro da nação
berra
berra berra vaca
em 2015 acordaremos no primeiro mundo
em 2015 acordaremos no primeiro mundo
poetas
poetas poetas
a
consciência é como um cu
nem todos fodidos
nem todos fodidos
onde
muitos nem com todo shampoo íntimo,
deixa
de feder merda.
ó
deus salve casa santa
ó
deus salve casa santa
ó
deus salve casa santa
deixai
apenas os animais
oiá
terça-feira, 19 de março de 2013
o marginal
sou
esse vagabo confesso
assumidamente
dependente de beijos
e
com olhos que descansam
em
todos os sorrisos alheios
sou
vagabo por completude
por
completo é o meu amor
me
agrada é calor de alma
não
apenas de entranhas
sou tão mais feliz quando ouço sua voz
sou tão mais feliz quando ouço sua voz
diferente,
de quando estou em outras camas
sou vagabo por vontade divina
só Deus sabe, eu não sei porque
nasci assim,
banco de praça
dedo de prosa
causos de roça
cheiro de chuva
terra molhada
abraço amigo
sou vagabo por vontade divina
só Deus sabe, eu não sei porque
nasci assim,
banco de praça
dedo de prosa
causos de roça
cheiro de chuva
terra molhada
abraço amigo
comunhão
de sonhos
café
com pão
todos iguais
todos iguais
sou
vagabo.
e
sempre braços abertos
sábado, 9 de março de 2013
depois de amanhã
tristeza
de fim de semana
não
estou em montes claros
não
estou na melo viana
minhas
plantas ainda não brotaram
minha
tulipa caiu as flores
sozinho
entre 11 milhões de habitantes
48h
para segunda feira.
quero
ser é jurandir
vagabo
de olhos caídos
que
a tempos não espreitam
a
lua a meia noite
e
as negras pelos dias.
que
fique bem claro
quero
ser comido pelos relevos
não
pela tinta da caneta
por
ora
basta
desta poesia com cheiro de mulher
quero é mulher com efeito de poesia
quero é mulher com efeito de poesia
quinta-feira, 7 de março de 2013
conjugação
é
suficiente o toque
para
acordar o instante
é calor
de pele.
o fogo das entranhas
o fogo das entranhas
no
gozo das entrelinhas
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
estranhosidades
ainda
a pouco vi um vulto
passou
tão reto e não me percebeu
ao
meu lado, quase me tocando
as
luzes todas acesas
sumiu
pela porta e não reconheci
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
werley somos amarelos
(para Werley Pirapora)
era
o menino sentado na praça
olhar
tão miúdo
de
quem não queria nada.
era
o menino ligeiro nos sonhos
nariz
coçando e irritado
traçando
planos
que
nunca chegavam a lugar algum.
era
o menino do interior
calado
do sol ao luar
papel
e caneta em sua mão esquerda
olha o bobo olha o bobo
ninguém
a entender nada.
era
só um menino invisível dos pés a cabeça
montado
sobre um enorme cavalo de plástico
ouvindo
belchior.
amarelo
era a cor da sua calça
e
das suas meias.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
recado para a falecida
saudade
da minha pele se arrepiando
do meu respirar mais afoito
do meu respirar mais afoito
das
minhas mãos ansiosas
dos
meus lábios secos
do
meu pau duro
saudade
até do pigarro na garganta
efeitos
que você causava quando se aproximava.
descanse
em paz beibi
eu
não cheguei nem aos 40
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
quem sabe amanhã
não
que eu seja afoito, apenas é urgente essa vontade de cantar. não que o meu
rádio esteja quebrado, apenas a melancolia das mesmas músicas decoradas não me animam
mais a liga-lo. não que eu perdi o gosto de cavalgar pela madrugada com o meu
cavalo de plástico, é que o meu cavalo é sensível e se cansou das mesmas
imagens. ainda penso que a poesia salva vidas mas cansa escrever por escrever
tendo o vazio como mote. ter dentes sadios e não sorrir, para que serve? é mais
belo um sorriso banguela. é verdadeiro.
é ver a noite chegar, a cama chamar, e nada para sonhar com o dia de
hoje. doloroso não é o vazio. doloroso é a falta total de expectativas. amem.
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
hoje
é
claro que o meu dia é lindo
é
claro que me reencontro na noite
é
claro que não saltei do trem
é
claro que não há estações
é
claro que não cortei os pulsos
é
claro que meu cavalo de plástico é manco
é
claro que não fui ao meu velório
é
claro que não nasci para ser herói
é
claro que não nasci para andar só
é
claro que não te encontrei
é
claro que acho a vida linda
é
claro que tereza será sempre a primeira
é
claro que antes serão as 3 anas, maíni, ítalo e luã
é
claro que antes serão marcos, jhou, camila e gracielly
é
claro que antes vem o serginho
é
claro que meu cordão umbilical não foi cortado
é
claro que não nasci para ser doutor
é
claro que não nasci para ter carro importado
é claro que nasci para barracão
é claro que nasci para barracão
so
não sei onde me encontrar
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
carnaval
joaquim
barbosa é a máscara mais vendida para o carnaval...
ninguém
fala mais do mensalão...
ninguém
fala mais do stf...
joaquim
barbosa é a máscara mais vendida para o carnaval...
ricardo
levandovisqui (isso é russo?) ninguém fala nada...
não
choram mais pelas vitimas do batomuchi
não
choram mais por chernobil
joaquim
barbosa é a máscara mais vendida para o carnaval...
não
choram mais a morte de isabela nardoni
ninguém
mais chora a morte de madre teresa
exceto
familiares, já não choram os mortos de santa maria/RS
joaquim
barbosa é a máscara mais vendida para o carnaval...
não
lembram e não choram os 42 mortos do shopping de osasco
não
choram mais os 199 mortos do avião da tam em congonhas
joaquim
barbosa é a máscara mais vendida para o carnaval...
não
lembram mais os mortos da cratera feita no metrô de são paulo
não
lembram mais e nem choram as vitimas do maníaco do parque
joaquim
barbosa é a máscara mais vendida para o carnaval...
não
choram as vítimas inocentes mortas por policiais
não
choram as vítimas mortas por bandidos
joaquim
barbosa é a máscara mais vendida para o carnaval...
choro
de telespectador e ouvintes, são lágrimas de crocodilos
joaquim
barbosa é a máscara mais vendida para o carnaval...
domingo, 3 de fevereiro de 2013
amanhã segunda feira
nasci
para ser só
em terra de ninguém
em terra de ninguém
rostos
soltos pelas ruas
sem
tempo para um tempo
ninguém
olhando para os lados.
nasci
para ser só
não
por conveniência/ não por vontade própria
por
falta de opção
dia
curto/noite longa
brincar
de criar personagens
fantasiar
amanhãs.
nasci
para ser só
amanhã
será segunda feira.
domingo, 20 de janeiro de 2013
abstinência do viver...
nunca
fui bom nisso, de pensar no amanhã. quase sempre o amanhã é tão longe e parece
ficar ainda mais longe do que naturalmente é, depois de 14 meses sem rivotril.
não desenrolei nenhum desses meus sonhos, não beijei mais aquele seu fio de
cabelo anelado guardado em minha carteira e minha boca só entra em atividades
durante as refeições. lábios nem assoviado tem. o silêncio impera até na palma
da mão. o meu cavalo de plástico sorrir mais do que eu e come as gramas mais
verdes do meu pasto seco. não que acho isso ruim, gosto de montar nesse cavalo
forte, bem alimentado. é que eu tenho inveja, dele, mesmo.
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