segunda-feira, 14 de julho de 2014

termos do meu casamento sem data prevista

uma moça leve
negra ou branca, índia ou amarela
não precisa ser poeta
mas que saiba entender 01
não precisa ter curso superior
nem mesmo o primário
basta saber ler a minha alma.
que saiba e, naturalmente, goste de ser par
e não seja fria, uno ou umbigo.
que prefira as canções
que a vida alheia.
pode até ser vegetariana
mas que tenha apetite
para me devorar todas as noites
e depois dessas simplicidades
exijo apenas uma coisa
que seja o nosso casamento
em regime total
de comunhão de sonhos

03h:22m

saudade daquele beijo punk
nas mesmices dessas luas
recordar não é opção
não é escolha
são lembranças que surgem
na falta das motivações

sexta-feira, 11 de julho de 2014

são paulo meu amor

aqui a gente não dança
a gente rebola
aqui ninguém me ama, ninguém te ama
mas fingimos com toda maestria
aqui é fartura de transas, trepadas
e trepam o tempo todo
mas fazer amor é algo que não acontece
beijo na boca é,
lábios frios, língua sem vida
beijo numa garrafa pet
recém tirada do congelador
saudade
daquele beijo punk que dói até hoje
defunta,
não nasci para necrofilia

sábado, 5 de julho de 2014

passageiro

a vida é um caco
de telha
pedra roliça na beira da ribanceira
pedaço de horas
de um relógio quebrado
amanhã provavelmente não irá comigo
pro cosmos
o sol de agora que conta/consta
feto único sem cordão num céu de são paulo.
ninguém me esperando por lá
sozinho por cá
e agora josé?