domingo, 27 de novembro de 2011

não se esqueça das rosas amarelas

foi a sua mão em meu ombro
o suficiente
para me fazer esquecer o recinto
quando eu já queria ir.
elthomar o meu amor não tinha cantado
não vi quando terminou
minhas mãos tão ousadas
chegaram ao seu rosto
o que não premeditei 10 meses atrás
ontem foi 07
que foi 10
que não chegou a se cumpri a promessa
naquela noite de sábado sem padres e testemunhas
os seus cabelos ainda traçam mapas em minha sina
enquanto as linhas das minhas mãos
orientam a igreja da rosa amarela
jânio o meu herói foi jurandir
quando eu já não poderia chegar aí.
01 buquê de rosas amarelas no lixo

ação

sábado, 19 de novembro de 2011

cabe tudo numa mão em concha

e de repente descubro que não tenho mais vinte e um anos, que não tenho como reverter o quadro fator tempo e corrigir os erros que até então me eram de prazeres. não que deseje hoje deixar de ser torto, mas nessa manhã em que o sol não apareceu, senti saudade das luzes que não colori. não necessariamente precisava ter prismas, apenas queria que tivessem existidos esses instantes. debruçado sobre a janela do porão da minha cabeça, vou olhando ao longe  lugares e pessoas onde não cheguei, onde não vivi e onde não deixei marcas. não desenho uma frustração, apenas um esboço para pensar no que perdi. cabe tudo numa mão em concha. as realizações e o saldo. o meu sapato de bico quadrado quase virgem em ser feliz deixou por essas avenidas, tão pouco pó quantas tão poucas lembranças, deles. cabe tudo numa mão em concha. apenas queria conseguir dormir sem precisar deixar a tv ligada em alto volume.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

à francesa

era você saindo e não percebi
não ouvi o bater da porta
na lama do quintal de ontem
nem pegadas ficaram pela manhã
mais sutil que a sua chegada
foi a sua saída
moça, não sabia que é francesa
não sei se foi bom o ruim
o bilhete que você não deixou
caído pelo chão
por sorte não tenho portas ao fundo
por sorte não tenho muros também
apenas mãos abertas
e um jardim que não tem fim.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

coisinhas de ontem

para renato russo

a era dos galhos
sorrisos
a era das folhas
olhares
a era da sombra da copa
o vulto
a era da grama
os corpos.
na pele do tronco
o entalhe da promessa
no silêncio da noite
o beijo
nas folhas do caderno
as iniciais
na canção de pensar no outro
tim maia
por debaixo da porta
a carta
...
e era para ser para sempre
mas o sempre sempre acaba.